Como declarar ações no imposto de renda: passo a passo completo para 2025

Investir na bolsa de valores é uma excelente forma de buscar rendimentos no longo prazo. No entanto, essa prática vem acompanhada de algumas responsabilidades, como a obrigatoriedade de declarar as ações no Imposto de Renda. 

Apesar de parecer complexo à primeira vista, o processo de declaração pode ser simples e organizado com as informações certas. Por isso, é crucial entender quais ativos precisam ser informados, como calcular os ganhos e quais documentos são necessários para evitar erros e possíveis problemas com o fisco.

Se você investe na bolsa ou está começando agora, este guia vai te ajudar a entender como declarar ações no Imposto de Renda 2025. Acompanhe nosso passo a passo e veja como preencher sua declaração corretamente!

Quem é obrigado a declarar ações no Imposto de Renda?

No passado, qualquer pessoa que possuía ações, independentemente do valor, era obrigada a declarar esse bem no IR anualmente. No entanto, uma nova regra foi implantada a partir de 2023. Agora, a declaração é obrigatória em dois casos:

• para quem realizou operações na bolsa cuja soma foi maior do que R$ 40 mil;
• quando houve lucro sujeito à incidência de impostos nas vendas de ações.

Ao declarar venda de ações abaixo de R$ 20 mil por mês, o IR não será cobrado. Além disso, caso a pessoa não tenha vendido ações, ela pode estar isenta da declaração.

Por que é necessário declarar ações no Imposto de Renda?

Ao exigir a declaração de ações no IR, a Receita Federal busca garantir a transparência das operações financeiras dos investidores e evitar a sonegação de impostos. Além disso, é uma forma de o órgão acompanhar os valores movimentados no mercado, a distribuição de lucros e o faturamento das empresas.

Quando há venda de ações com lucro, o investidor pode ter que pagar imposto sobre o ganho de capital. Como a tributação sobre ações não é retida na fonte — exceto no Day Trade —, a Receita precisa que os contribuintes informem suas operações corretamente para calcular os impostos devidos.

Outro ponto importante é que a declaração das ações permite que os investidores registrem eventuais prejuízos, que podem ser usados para compensar ganhos futuros e reduzir a carga tributária. Ou seja, declarar corretamente evita problemas com o fisco e também pode trazer benefícios fiscais para quem investe na bolsa.

Como declarar ações no Imposto de Renda 2025?

Neste ano, a declaração do IR deve ser feita até o dia 30 de maio. Para ajudar você nesse processo, separamos os principais passos necessários para fazer a sua declaração com a inclusão das ações. Mas lembre-se de que contar com o auxílio de um profissional contábil é crucial.

Separe os documentos necessários

Uma das etapas mais importantes do processo é a coleta de toda a documentação que comprove as suas operações referentes a ações no último ano. Veja o que você vai precisar ter em mãos:

• valor mensal de cada movimentação, de acordo com o tipo de ativo e o tipo de venda (se é comum ou de Day Trade);
• informe de rendimentos da empresa, referente aos proventos recebidos e declarados;
• Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), via pela qual a Receita Federal recebe o pagamento de impostos;
• notas de corretagem, documento que reúne informações sobre as operações realizadas na Bolsa de Valores;
• Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), tributo federal que incide sobre determinados rendimentos, inclusive na venda de ações;
• outros detalhes sobre as ações, como o custo médio de ativos, a quantidade de ativos na carteira de investimentos e eventuais dividendos ou juros sobre capital próprio recebidos.

Analise os lucros

Para descobrir quais foram os seus lucros com ações no último ano, é necessário fazer um cálculo simples do preço médio de compra e venda dos ativos. Veja:

• preço médio de compra: multiplique a quantidade de ações pelo preço pago e, depois, some os custos de corretagem e as taxas cobradas pela bolsa;
• preço médio de venda: multiplique a quantidade de ações pelo preço vendido. Em seguida, subtraia os custos de corretagem e as taxas cobradas pela bolsa;

Com esses valores em mãos, basta fazer a média para descobrir se as suas ações do ano anterior resultaram em lucro ou prejuízo. Lembre-se de fazer essa conta com bastante atenção, de modo a evitar erros. 

Uma dica para ajudar no processo é usar uma plataforma de gestão ou mesmo uma planilha para inserir os dados referentes ao preço médio de compra e venda das ações. Assim, o cálculo poderá ser feito mais facilmente. Além disso, classifique os dados entre operações comuns e Day Trade, uma vez que a tributação entre elas é diferente.

Baixe o programa do Imposto de Renda

Agora, chegamos à parte prática para fazer a sua declaração do IR. O primeiro passo é instalar o Programa Gerador de Declaração (PGD) do Imposto de Renda, disponibilizado no site da Receita Federal. 

Também é possível preencher a declaração de forma online pelo Centro Virtual de Atendimento (e-CAC). Assim, não é necessário instalar nenhum programa. Além disso, há a opção de usar o aplicativo da Receita Federal em seu celular ou tablet, disponível para download na Google Play e App Store.

Declare os rendimentos isentos

Escolhida a plataforma e com a documentação em mãos, é hora de iniciar a sua declaração de Imposto de Renda. O processo começa com a inclusão dos seus dados pessoais, sendo possível importar as informações enviadas na declaração anterior (caso você a tenha feito).

Em seguida, declare as operações isentas de IR, ou seja, inclua todos os dividendos que você recebeu no último ano e os valores obtidos pelas vendas de ações que não ultrapassaram o limite de R$ 20 mil mensais. 

Confira os passos para declarar esses números:

• clique na opção “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”;
• no campo do tipo de rendimento, selecione o Código 09 - Lucros e dividendos recebidos;
• para declarar a venda de ações de até R$ 20 mil, escolha o Código 20 - Ganhos líquidos em operações no mercado à vista negociados em bolsa;
• informe o tipo de beneficiário (titular ou dependente).

Ao inserir os dividendos, é preciso utilizar o informe de rendimentos da empresa responsável pelo pagamento. Já no caso das ações, insira os lucros de cada mês separadamente.

Informe os rendimentos sujeitos à tributação

Ao investir na bolsa de valores, a pessoa ganha quando vende um ativo com preço maior do que foi pago, o que é chamado de lucro da operação. No entanto, há investimentos que pagam algum tipo de rendimento extra, como os Juros Sobre Capital Próprio (JCP).

Ao acertar as suas contas com o leão, os JCP precisam ser declarados na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva”. Para isso, selecione o Código 10 - Juros sobre capital próprio e informe o nome da fonte pagadora, o valor, o CNPJ e o beneficiário (titular ou dependente).

Caso o JCP tenha sido declarado no ano anterior, mas os valores não foram pagos, é necessário declarar essa informação na ficha “Bens e Direitos” com o Código 99. Nesse caso, insira o nome e o CNPJ da empresa, a natureza do pagamento pendente e o valor que ainda não foi recebido. 

Preencha a ficha “Renda Variável”

Agora, é hora de registrar as operações realizadas ao longo do ano. Acesse a ficha “Renda Variável” e selecione a aba correspondente ao tipo de investimento feito, como “Operações Comuns/Day Trade”. Em seguida, informe os lucros e prejuízos mensais, separando as operações de curto e longo prazo. 

Não se esqueça de incluir eventuais impostos pagos via DARF, garantindo que os valores sejam abatidos corretamente.

Complete a ficha “Bens e Direitos”

Por fim, todas as ações que você possuía até o final do ano precisam ser informadas na ficha “Bens e Direitos”. Escolha o grupo “03 - Participações Societárias” e o código correspondente às ações (01 para empresas brasileiras e 02 para estrangeiras). 

No campo “Discriminação”, detalhe a quantidade de ações, o nome e CNPJ da empresa e o custo médio de aquisição. Lembre-se de que essa ficha serve para declarar o patrimônio, então os valores informados devem ser os de compra, sem ajustes por valorização de mercado.

O que acontece se as ações não forem declaradas no Imposto de Renda?

Nesse caso, você pode enfrentar diversos problemas com a Receita Federal. O principal risco é cair na malha fina, o que pode resultar em notificações e na necessidade de retificar a declaração para regularizar sua situação.

Além disso, caso haja imposto devido sobre operações na bolsa e ele não seja declarado nem pago, o investidor pode ser multado. A Receita pode cobrar juros e penalidades sobre os valores não informados, aumentando o custo da regularização.

Em situações mais graves, a omissão de informações pode ser interpretada como sonegação fiscal, sujeita a penalidades mais severas. Por isso, é fundamental incluir todas as ações na declaração para evitar problemas futuros.

Após conferir as dicas que trouxemos neste artigo, agora você sabe como declarar ações no Imposto de Renda 2025 de forma correta e quando a declaração desse tipo de bem é obrigatória. Por isso, se você faz investimentos em ações, lembre-se de preencher todas as informações necessárias na declaração do IR para estar em dia com a Receita Federal.

Quer manter a gestão contábil do seu negócio bem organizada e evitar correrias durante a declaração do IR? Entre em contato conosco e fale com nosso time de especialistas!